domingo, 20 de julho de 2014

A Caixa Preta do Ônibus do Felipão

Olá amigos, não vai ser fácil falar deste assunto. Cada brasileiro que é apaixonado pelo futebol e que tem o orgulho de fazer parte deste país que sempre encheu os olhos do mundo pelo brilho, pela beleza de fazer de uma partida de futebol uma obra prima ou de um drible uma poesia. Não é fácil falar de como me sentir depois daquele dia 8 de julho de 2014 o dia em que perdemos dentro de casa em pleno Mineirão a semifinal da nossa copa, da copa no Brasil. Um placar humilhante que fez os nossos olhos encherem de lágrimas, derramando uma vergonha que jamais esquecerei. Uma vergonha de ver nossa camisa amarela que tanto nos trouxe alegria desaparecer em uma tarde onde quem as vestiu não percebeu o valor que carregava... O que aconteceu naquela tarde? Um apagão? Não, com toda certeza não foi um apagão, posso dizer que foi uma seleção incapaz de sobressair de uma situação adversa... Uma seleção emotivamente despreparada, que no primeiro golpe se abateu e entrou em pânico ao ponto de abrir mão de continuar lutando. Há muito tempo não se via uma seleção tão dependente emocionalmente de estar em uma situação favorável, para está bem dentro do jogo, uma seleção dependente de um único jogador que nunca tinha ido a uma copa do mundo.
Deixamos jogadores experientes, que poderiam passar tranqüilidade aquela equipe tão menina... Porque não levaram o Kaká? Ou o Robinho, Luiz Fabiano, Miranda. Se levaram o Julio Cesar não há explicação em não levá-los...
Claro não os levaram, pois o grupo é fechado para família Scolari e neste ônibus não entra mais ninguém... Bobeira Luiz Felipe, esta não é a sua família, é nossa seleção, não e um ônibus é uma nação, e entra quem pode nos conduzir a vitória... Nos iludimos em uma copa das confederações onde achamos que tínhamos conquistado o mundo... Nada, conquistamos apenas um mini torneio onde ganhamos da Espanha, a Itália, Uruguai que saíram da copa, foram para casa sem nem de longe mostrar o seu verdadeiro futebol, conquistamos um certo exerço de confiança para poder dizer que éramos favoritos... Nem de longe seriamos favoritos, futebol e jogado dentro de campo e foi justamente dentro dele que mostramos ao mundo através de uma humilhação que éramos fracos.
Quando perdemos a copa de 2010, disseram que precisávamos fazer uma renovação, diziam os especialistas: “precisamos colocar a nossa camisa nas mãos de meninos e confiar neles sozinhos a conquista do hexa”. Não entendemos que de fato precisávamos renovar, mas não só em matéria humana, mas uma reformulação da maneira de jogar, de olhar o futebol mundial, de nos colocar em nosso lugar, um país sem craque, que não dar mais show, que não enche de brilho os olhos do mundo com aquele futebol arte.
Que não somos mais o país do futebol, que somos um país de um campeonato nacional falido onde os clubes não conseguem mais cumprir com seu papel de empregador e pagar salários aos seus elencos. De um campeonato onde se nivela por baixo que uma federação não se preocupa em segurar nossos jogadores. 
 Precisamos nos implodir para nos reconstruímos do zero, precisamos refletir em que lugar o Brasil está no futebol mundial e o que precisamos fazer para estarmos no topo. Temos meus amigos que fazer um projeto onde possa se resgatar nosso verdadeiro futebol, nossa cara...
Não adianta perguntar onde estão nossos craques. Eles estão no mesmo lugar de pés descalços correndo atrás da bola velha, mas a nossa bola, eles estão a maioria onde sempre esteve, nos corredores dos guetos, periferias e campinhos de terra. Cadê as peneiras, não se fazem mais? Onde estão nossos craques? Posso dizer que não estão dentro dos clubes com os filhos de sócios ou de jogadores, a chance de sair um craque deste pequeno grupo é mínima. O futebol começa da base, de jogadores que ficam em nosso país por mais tempo, que brilham por seus clubes sem pensar apenas em milhares de dólares. Jogadores que se apaixonam pelo clube antes de mostrar seu talento ao mundo. Estes meninos saem cada vez mais sedo do Brasil para aprenderem a ser deles a jogar o futebol deles e não jogadores com nossa cara, com nosso brilho, com nossa arte...
Nada contra o Hulk, mas quando vimos um jogador com este estilo em nosso grupo? Forte sem habilidade e limitado a uma pequena parte do campo, Quando fomos para uma copa sem um centro – avante que não é decisivo, ou um meia que cai pelas ponta que não cria, que não faz um lançamento em profundidade. O Paulo Henrique Ganso não serve! Mas se olhamos bem é o único que tem o refinado passe brasileiro que pode colocar a qualquer momento um na cara do gol... Quando deixamos de ser o Brasil para ser qualquer outra seleção que não é a nossa. Quando deixamos de tocar a bola e jogar bonito para usarmos a força como se fosse orgulho jogar assim... Força e vontade são diferentes... Tivemos um excesso de força e uma vontade que inexplicavelmente caiu diante da semifinal vergonhosamente. Quando deixamos de olhar para nossos clubes nacionais para achar que os que jogam na Europa são melhores do que os do Brasil. Quando vamos ser o que precisamos, a seleção canarinho, seleção arte, sem hulks ou Bàtimas, sem estes super heróis com cara européia e voltar a ser aquela seleção que os heróis são muitos craques com nomes típicos do Brasil... Bebeto, Romário, Tustão, Pelé, Garrincha, Ronaldo, Rivaldo, Tafarel, Cafú.
Como eu me sentir no dia inesquecível dos 7 a 1? Me sentir envergonhado de ver a camisa amarela ser tão mal representada por jogadores tão fracos emotivamente e que precisaram mesmo daquela lição elegante e cordial que a seleção alemã nos deu, uma cordialidade que aumentou a minha vergonha de ouvir o outro time pedir desculpas por ganhar de tantos gols de nossa seleção. Obrigado senhores alemães por ser tão gentil mas não precisam pedir desculpas o jogo foi fácil mesmo e até o meu time de pelada faria pelo menos 3 no primeiro tempo... Jogaram contra um time amador.
Precisam refletir mesmo sobre a maneira que representaram o nosso país, pois futebol se faz de resultados e não de discursos... Deixem os discursos para políticos, jogador de futebol joga bola e é isso que precisamos no campo de futebol apenas jogue futebol para ganhar e nada mais.
Não podemos mais em outras copas nos sentir tão humilhados pelos outros justamente no que sabemos que somos maiores e melhores... Se forem para ir para outras copas que possamos ir com juventude, experiência e beleza... Não importa se vamos com um time nacional ou não, o importante é irmos com nossa cara, para mostrar beleza, dribles, arte.


Denis Ferraz